Donald Trump aceita Boeing 747 de luxo doado pelo Qatar como alternativa aos novos Air Force One
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitou oficialmente o Boeing 747-8 VVIP oferecido pelo governo do Qatar como presente. A ideia é que o avião seja utilizado como novo Air Force One.
Avaliado em US$ 400 milhões, o 747-8 pertencia à família real e foi configurado com interior VVIP, destinado ao transporte de autoridades de Estado. A decisão surge em meio a atrasos significativos no programa oficial de substituição dos VC-25A, popularmente conhecidos como Air Force One, conduzido pela Boeing, que enfrenta problemas técnicos e logísticos, com previsão de entrega estimado entre 2027 e 2029.
A aceitação do avião gerou controvérsias e críticas bipartidárias no Congresso dos EUA, levantando preocupações sobre possíveis violações à Cláusula de Emolumentos da Constituição, que proíbe presidentes de aceitarem presentes de governos estrangeiros sem aprovação do Congresso.
Para adaptar o novo jato às exigências de segurança e comunicação do Air Force One, a empresa L3Harris Technologies foi contratada para realizar as modificações necessárias. Com isso, o processo pode custar até US$ 1 bilhão e levar mais de dois anos, incluindo a instalação de sistemas de defesa contra mísseis, comunicações seguras e inspeções para eliminar possíveis ameaças de espionagem. Ao final, o novo avião só estaria pronto em meados de 2027, próximo do cronograma oficial atual oferecido pela Boeing.
Analistas políticos indicam que a iniciativa de adquirir o 747-8 do Qatar partiu do próprio governo Trump, que, insatisfeito com os atrasos da Boeing, buscou alternativas para garantir uma aeronave presidencial moderna durante seu mandato.
Apesar das críticas, Trump defendeu a decisão, destacando o que chamou de generosidade do Qatar e afirmando que o avião será incorporado à sua biblioteca presidencial após o término de seu mandato. No entanto, a pressão para acelerar a adaptação da aeronave pode comprometer a implementação completa dos sistemas de segurança, levantando preocupações adicionais sobre a proteção do presidente durante os voos.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 22/05/2025, às 12h00
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